sábado, 28 de março de 2009

Aprendendo...


Sei que ainda vou chorar,
sei que ainda vou sofrer,
vou tropeçar, posso cair
mas nada vai me fazer desistir
do que eu quiser sonhar.

Se tenho medo,
Tua cruz me ensina a coragem.
Se desanimo
Tua vida é a mensagem
que preciso ouvir,
entender e aprender
para ser, então,
muito mais feliz.

sábado, 21 de março de 2009

Diante de Jesus no Calvário.....

Assim tão fraco,
faz-me lembrar que Tua paz é o que me fortalece
nos tempos de maior tormenta.
Parado no tempo,
mostra-me que o sopro de Teu Espírito
é o que me movimenta.
Faminto de vida
faz-me sentir que Teu corpo, na Eucaristia
é o pão que me alimenta.

Perdão, meu Deus,
pelas vezes em que não consigo ver
o que preciso enxergar
e quando não sou capaz de ouvir
o que mais preciso escutar.

Sozinho no caminho
faz-me compreender o sentido dos sinais,
mostra-me para onde ir.
Abatido na tristeza
lembra-me que todo fim é também começo
de um novo tempo que está por vir.
Fechado na solidão,
integra-me na comunhão que restabelece
a força que me faz prosseguir.

Perdão, meu Deus,
por não conseguir confiar plenamente
quando o caminho é incerto
e por não conseguir Te encontrar intimamente
mesmo quando estás tão perto.


Renata Villela

sábado, 14 de março de 2009

Poesia

Poesia

Versos rimados ou não,
submersos na fantasia ou na realidade,
transformados em ritmo e forma.
Isso é poesia !

Sonhos brotados da alma,
palavras buscadas com calma,
inspiração com transpiração.
Isso é poesia !

Palavras vivas, verdades ditas
ou escondidas nas entrelinhas,
esforço e prazer, trabalho e ócio,
isso é poesia !

Pedra no mar, brilho do luar,
gente caminhando , pássaro pássaro voando,
isso é poesia !

Simplicidade esculpida letra a letra
com a emoção que escorre feito cachoeira,
em corredeira vencendo pedras,
na calmaria, rio ao mar...
Isso é poesia !


Renata Villela

sábado, 7 de março de 2009

Mulheres do Terceiro Milênio

Ser mulher neste início de milênio não é tarefa fácil, ainda mais quando consideramos que o cenário dessa atuação é um país como o Brasil.

Das nossas origens, da miscigenação das raças, herdamos um jeito de ser eclético, criativo e original. Convivemos com as dificuldades da labuta do dia-a-dia mas não deixamos de lado a alegria de quem vive com o coração dançando no ritmo de cada pulsação. Herdamos a experiência maternal, o convívio com a natureza e a parceria entre homem e mulher dos povos indígenas; a cultura, a religião e a postura feminina dos povos europeus e da África, o suor e a lágrima, a força e a coragem das escravas. Assim nascemos nós, mulheres brasileiras !

Se já houve o tempo em que não tínhamos direito ao trabalho, ao voto, nem sequer a dar opiniões, a ter voz, hoje representamos mais da metade da população produtiva de nosso país.

Independente das classes sociais a que pertencemos, não tem sido fácil levantar a bandeira de “ser mulher” com dignidade e honra.

Entre nós, estão as mulheres mais pobres, que desde cedo ganham as ruas, as casas de família ou os sub-empregos e se tornam as mães que se vêem eternamente divididas entre sair para batalhar o ganha-pão, fazer um curso supletivo e, ao mesmo tempo, ter que deixar seus filhos pequenos trancados em casa sozinhos.

Entre nós, estão as mulheres mais favorecidas, que sentem a necessidade de se tornarem profissionais competentes, pós graduadas, atropelam o tempo entre cursos e concursos e se tornam as mães já quase virtuais, obrigadas a deixar seus filhos nas creches, nos cursos, na casa de colegas, vendo a Terra girar pela Internet.

Sobreviver aos apelos comerciais, às necessidades pessoais, às crises sociais é, sem dúvida, o grande desafio de cada uma de nós, mulheres do novo milênio.

Alimentar o romantismo de adorar receber flores do homem amado, amamentar os filhos sabendo que é essa a base primeira de todo crescimento bio-psicológico, manter-se informada, ler, assistir noticiário, estudar. Trabalhar, suar, aperfeiçoar-se a cada dia... Ser mãe, filha, esposa, chefe ou subordinada, estudante, cidadã... Não é fácil ser mulher em nosso tempo !

Mulheres brasileiras, heroínas, sim ! Trabalhadoras, sensíveis, desbravadoras de um mundo que está por vir !

Não importa se das mãos calejadas das lavadeiras ou se das mãos higienizadas das cirurgiãs; não importa se das mãos que remexem o lixo das limpadoras de rua ou se das mãos bem tratadas das aeromoças; não importa se das mãos que seguram o lápis para rabiscar letras mal traçadas ou se daquelas que digitam monografias... Não importam quais são as mãos... Importa é a certeza de que são nas mãos de cada uma dessas mulheres e de todas elas juntas, que desperta um novo futuro para nosso país!

Dessa conquista, nasce a responsabilidade e o comprometimento. Desta nova realidade, nasce a possibilidade de uma sociedade mais justa onde homens e mulheres não concorram entre si mas sejam parceiros, partilhando a fortaleza de seu sexo frágil ou a fragilidade de seu sexo forte, com a vida focada numa única direção: a felicidade e a paz.

Renata Villela

quinta-feira, 5 de março de 2009

Tempo de Transformação - Parte 3

Não podemos deixar de saber o que é ser lagarta, conhecer tudo o que o chão tem a nos ensinar para que estejamos suficientemente maduros e convictos da responsabilidade de nos tornarmos borboletas ! Não podemos desprezar a cruz mas compreendê-la como fonte de aperfeiçoamento espiritual, como passaporte para a vida nova, para a felicidade verdadeira, para a luz e para a paz !
A certeza de que somos eternos mutantes é que nos move para a plenitude, nos encoraja a vencer os desafios, comemorar toda e qualquer vitória, por mais pequenina que ela possa parecer, nos impulsiona a partilhar tudo o que foi aprendido em cada experiência e a reconhecer, nessas experiências, a oportunidade de repensarmos nossa vida !

Esse é o exercício da Páscoa ! Essa é a mensagem da Quaresma! Esse é o segredo de nossa transformação … diária, contínua, crescente

Renata Villela

segunda-feira, 2 de março de 2009

Tempo de transformação - Parte 2

Viver a Quaresma em sua totalidade é buscar o porquê da escuridão, é estar consciente da necessidade de cada transformação, é saber “perder”, é acreditar que todo fim é o marco de um novo começo e que a luz só encontra seu valor depois de uma experiência de escuridão !
Não amamos os pregos, os espinhos, a taça de fel… amamos o “depois” do túmulo vazio, a presença em Emaús, o brilho do terceiro dia ! Não amamos a cruz que prendeu o corpo de um homem que pregou o amor e a dignidade… Amamos a significação que essa cruz passou a ter quando se tornou ponte para a Eternidade, consolidando nossos laços de Filhos com esse Deus que, mais do que nunca, se mostra Pai , tendo sido “O Filho” e ficando para sempre presente entre nós, como Espírito Santo !
Não amamos o Deus da morte, do sofrimento, do vazio, do fim ! Amamos o Deus da luz, da paz, da alegria, da ressurreição!
Por tudo isso, o que mais queremos é conseguir aceitar, a cada passo, o peso de nossa cruz, a dor de cada queda e compreender a presença de cada Verônica e de cada Cirineu em nossa caminhada… Simplesmente acreditar ! Ter fé ! Sentir a presença desse Deus que nos acolhe e nos escolhe para perpetuar essa Páscoa a todo instante ! Saber que só se é borboleta, depois de se ter sido lagarta, só se ressuscita depois que se morre, e morrer e ressuscitar pode ser um exercício diário, uma verdadeira experiência de oração e entrega !


Renata Villela