sexta-feira, 21 de junho de 2013

Minha poesia, minha voz

Eu quero poesia com versos de liberdade,
eu quero a cantoria por justiça e verdade,
eu quero vozes unidas numa só canção
e o povo sentindo que, de fato, é uma nação.

Eu quero o Hino Nacional cantado com a emoção
de gente indignada com a corrupção
eu quero ver bandeiras voando ao vento
nas mãos da geração que saiu do lamento.

Eu quero as ruas cheias com a garotada
contagiando a todos com sua ousadia.
Eu quero a valentia de mãos desarmadas
lutando com seu canto pela Pátria Amada.

Eu quero ver sorrisos pulsando pelos olhos
de gente que se encontra pela multidão,
deixando transbordar, mais que ideologia,
a fé no ser humano, na força da comunhão.

Eu quero a igualdade que respeita diferenças,
eu quero a crença viva no poder que temos.
Eu quero a experiência de encarar os dias
e poder saborear os frutos que colhemos.

Eu quero a paz que vibra, o amor que inquieta,
a fé que impulsiona à transformação,
eu quero ver polícia respeitando o povo,
o povo a e polícia, uma só nação.

Eu quero liberdade sem a dor da violência,
eu quero a coerência da luta desarmada,
eu quero ouvir a voz que há tanto foi calada
sentir que é chegada a hora de ser escutada.

Eu quero essa vivência de democracia
que às vezes faz sangrar feridas não cicatrizadas
eu quero a tolerância nessa catarse coletiva
que multiplica o grito da justiça castrada.

Eu quero a certeza do caminho sem volta,
a coragem de fazer valer o que é melhor para todos,
eu quero o exercício da cidadania
pulsando pelas ruas, em toda gente, a cada dia.

Eu quero, finalmente, a luz dessa esperança
que acorda meus anseios de um mundo melhor
Eu quero a coragem e a temperança
de criar o movimento a um novo lugar.

Renata Villela, junho/2013