quarta-feira, 3 de outubro de 2018

Política e comportamento





Eu entendo e acolho a divergência política - isso é democracia.
Eu entendo e acolho os que são a favor da privatização das estatais, assim como os que são contra, porque isso significa percepções diferentes sobre a política econômica do país. Isso também é democracia.
Eu entendo e acolho os que são neoliberais e que veem no "mercado" a saída de muitos problemas, assim como entendo e acolho os que colocam a prioridade no desenvolvimento social e temem pelo capitalismo selvagem. Essa também é uma divergência que se discute num país democrático.
Eu entendo e acolho a contrariedade do povo em relação à corrupção que tomou conta da política em nosso país e entenderia que essa contrariedade levasse à indignação que gerasse um movimento crítico diante de nossos problemas. O que não consigo entender é depositar em um único partido toda culpa dos erros que todos cometeram, como se os políticos de todos os outros partidos fossem pessoas do bem.
Eu entendo e acolho que todos estejamos cansados de tanta violência, da nossa vulnerabilidade num país onde a lei só vale para uns, mas não consigo entender nem aceitar que se pense que o armamento e a incitação à violência sejam colocados como solução.
Eu entendo e acolho a indignação das pessoas em relação às questões morais, à banalização do respeito ao outro, entendo que pessoas tenham valores e comportamentos diferentes. Uma coisa que até agora eu não consegui entender é o fato de se estar delegando ao presidente da república atitudes que cabem às pessoas, às famílias e à sociedade. Respeitar o outro, aceitar as diferenças, respeitar cada crença, saber se comportar socialmente e outras tantas coisas são valores e ensinamentos que cabem a cada um de nós, não ao presidente do país. A esse, cabe direcionar o desenvolvimento socio-economico do país, implementar melhorias na educação e na saúde, rever a questão dos impostos e colocar pra rodar a reforma política que tanto ansiamos.
Enquanto estivermos na dicotomia do Salvador da Pátria x a Geni, endeuzando ou jogando pedras, só estaremos destruindo a nós mesmos.
E, pra concluir, eu acho que todo radicalismo e generalização são burros.
Tenho amigos homossexuais que são pessoas maravilhosas e têm comportamentos muito mais íntegros do que muitos héteros. Muheres que se posicionam politicamente e que vão às ruas não podem ser taxadas de vagabundas e promíscuas.  Quem mora nas favelas não é, necessariamente, marginal. Em todas as classes sociais, religiões, gêneros, ideologias há pessoas boas e pessoas não tão boas. Nós todos erramos e acertamos. Isso é inerente à vida e escolher caminhos cabe a cada um de nos, não ao presidente.
 Não acredito em super heróis nem em quem se entitula defensor da moral. Todos os que, de fato, lutaram e lutam pelo bem comum, o fizeram e fazem sem fazer barulho.
Eu acredito que somos nós os responsáveis  por fazer desse mundo que vivemos,ummundo  mais saudável.