Tem gente que acha que a noite do dia 31 de dezembro é uma noite
como outra qualquer...Eu não acho! A virada do ano tem uma magia própria, traz
em si o mistério de reacender a chama de nossas esperanças e, quando nos damos
conta, estamos sonhando!!!!Isso é tão bom! Sonhar é vida. Quando não sonhamos,
podemos até achar que estamos vivendo, mas o que fazemos, na verdade, é
sobreviver aos saltos, vencendo as dificuldades de cada dia.
Nós precisamos de ritos e a virada do ano é parte de um rito
de renovação. Os últimos dias de dezembro trazem um cansaço inenarrável, o cansaço
das corridas diárias, das tristezas mal digeridas, das doenças que nos
abateram, dos prazos apertados, dos esforços de cada conquista, dos desafios
vencidos, das metas atingidas. Não necessariamente o cansaço é uma coisa ruim;
nós nos cansamos porque trabalhamos, gastamos energia, isso é uma lei natural.
O que não podemos, contudo, é nos deixar render pelo cansaço e entregar os pontos.
Daí a importância dos ritos! Primeiro, deixamos na “caixa” do ontem, todas as
mazelas, as dores, as contrariedades, a impaciência, o esgotamento, o estresse.
Empacotamos para presente e liberamos para o tempo que passou. Em outra caixa,
guardamos as boas lembranças, os sorrisos, os abraços, as conquistas, as
celebrações e a colocamos num lugar especial para serem sempre lembradas! E é
numa terceira caixa que colocamos todos os nossos sonhos, sem restrições nem
censuras, porque se há uma coisa que a gente pode fazer sem precisar
contabilizar nada, essa coisa é sonhar.
A hora é de abrir a caixa do amanhã é colocar nela o sonho
da felicidade a todo instante, da saúde inabalável, da segurança a qualquer
hora e em qualquer lugar. Na caixa cabe também o sonho de andar de bicicleta na
orla, velejar pelo mar calmo de uma baía qualquer, dançar no meio da rua e
mergulhar num pote de sorvete num dia de 40°! Nessa caixa também há de se colocar
o sonho da igualdade, da tolerância religiosa, do respeito mútuo, da dignidade
e do fim da corrupção... O sonho de um país sem analfabetos, de pessoas com
empregos e condições de saúde e saneamento dignas de qualquer ser humano; o
sonho de um mundo sem fronteiras, sem guerras, onde todas as nações respeitem
suas diferenças e cultuem o que lhes faz iguais e onde o cuidado com a natureza
seja mais que um dever, mas um prazer, como o da mãe que cuida de seus filhos.
Depois de colocar na caixa do amanhã todos os nossos sonhos,
cabe a nós colocá-la na janela, para que seja abençoada por todas as estrelas,
inclusive pelo sol. E que seja regada pela chuva e acariciada pela brisa! Essa
é uma caixa que não deve ser fechada jamais, os ventos são responsáveis por
levar a poeira embora... Sonhos empoeirados morrem.
Quando o dia 1º amanhece é gostoso olhar para a caixa cheia
de sonhos, como a criança olha para o grãozinho de feijão recém plantado. Assim
como o feijãozinho, nossos sonhos também precisam ser regados. E sonhos se
regam com responsabilidades assumidas e compromissos internalizados. Sonhos se
regam com oração e confiança, com disponibilidade e alegria. Sonhos se regam
diariamente, nas pequenas coisas, nas atitudes mais corriqueiras, nos encontros
mais inusitados, no esforço e na
comunhão.
Sonhar é bom, por isso eu convido a todas as pessoas a
sonhar, a escrever seus sonhos nas estrelas e a beber delas, o brilho que não
se apaga. Assim, sempre de um jeito novo e com energia renovada, trabalharemos
pela realização de todos os sonhos, de todas as pessoas, porque sonhos escritos
nas estrelas são abraçados pelo Universo e se tornam sonhos de todos nós.
Renata Villela, em 30/12/2012
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