sexta-feira, 2 de outubro de 2009

Reflexão sobre a Oração de São Francisco



Senhor, fazei-me um instrumento de vossa paz
... em todos os lugares, em todos os momentos, no tumulto, nos desencontros, na correria do cotidiano, assim como na simplicidade de cada encontro com amigos, com a família e na intimidade de nosso próprio “eu”.
Onde houver ódio que eu leve o amor
... o amor que é generoso, que não pede recompensas, que é palavra e atitude, presença que transforma, vida que reconstroi a vida a cada instante.
Onde houver ofensa que eu leve o perdão
... perdão que exige despojamento e humildade, coragem e entrega, revisão de vida, reconciliação.
Onde houver discórdia que eu leve a união
... a consciência de que nossas diferenças nos fazem crescer, que a diversidade de talentos, de opções, de opiniões não devem desagregar nossa grande família mas sim, pelo contrário, devem nos fazer perceber o quanto temos a aprender uns com os outros.
Onde houver dúvida que eu leve a fé
... a certeza de que “depois da noite, vem o amanhecer”, a confiança de que o comandante do barco é nosso Pai, Pai que é amor e que, justamente por isso, jamais no abandona.
Onde houver erro que eu leve a verdade
... mesmo sabendo que errar faz parte de nossa lição diária, que cair faz parte de nossa caminhada, é preciso sempre apontar para a verdade, buscá-la e testemunhá-la.
Onde houver desespero que eu leve a esperança
... resgatar a criança adormecida em nossos corações, a criança que levanta pra correr e sorri (mesmo depois de chorar!) após cada queda; a criança que acredita nos seus sonhos e, mais ainda, no poder de torná-los realidade.
... abandonar-se no amor desse Pai que nos acaricia a cada alegria e nos carrega no colo a cada dor.
Onde houver tristeza que eu leve a alegria
... aquela alegria que transforma nossa face, recarrega nossas energias, que se muiltiplica e nos mostra a possibilidade de trocarmos as lentes com que vemos o mundo.
Onde houver trevas que eu leve a luz
... sendo sol em dias de chuva, sendo estrela nas noites escuras, sendo, ainda que apenas a chama de um fósforo, uma fagulha de luz a iluminar os cantos escuros de cada coração.
Ó Mestre, fazei que eu procure mais
Consolar que ser consolado,
Compreender que ser compreendido
Amar que ser amado
Pois é dando que se recebe
É perdoando que se é perdoado
... que vençamos o desafio de deixar de olhar para nossos próprios umbigos, que saiamos da posição de quem espera para a de quem caminha, que descubramos que o bem que fazemos aos outros nos revigora, nos alimenta, nos proporciona a experiência mais plena de nos sentirmos os filhos muito amados de Deus.
E é morrendo que se vive para a vida eterna
... aprender que a nossa cruz é caminho de salvação. Lembrar sempre, a todo instante, a cada dificuldade, a cada noite nossa de cada dia, que a lagarta precisa do escuro do casulo... e precisa morrer para se tornar, então, borboleta.... conhecer o colorido e o perfume de cada flor e a liberdade de abrir as asas e ganhar o céu.
Amém !

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