sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

Dona Zilda

Morre dona Zilda,
mulher de fibra,
conhecida por tanta gente,
reconhecida por seu trabalho e dedicação.
Mãe das crianças de todos os povos,
especial em seu jeito de fazer sorrir,
em seu jeito de saber servir,
na intenção convicta
de que toda ação pela paz e pela vida
sempre vale a pena.

Morre um pedaço da gente
junto ao povo do Haiti.
Na terra que treme,
essa gente que geme com a dor de tantas perdas
chora a morte e o corte da vida.
No meio deles,
cumprindo sua missão,
morre dona Zilda,
mulher de fibra,
exemplo de doação.

Não consigo dizer que Dona Zilda descansou,
apenas se transformou em mais um ponto de luz
que brilha além de nós:
sua voz agora ecoa por todos os cantos.
Acolhida sob o manto de Maria, mãe de todos nós,
cuidará, num grande abraço,
sem os limites de tempo ou espaço,
de todas as crianças,
em todos os países,
de todas as raças, credos e religiões.

Dona Zilda não morreu
porque gente que se faz presença
deixa marcas de eternidade por onde passa,
sementes de verdade espalhadas por tantas terras,
grãos que sempre florescem
nos solos carentes de tantos corações...
Por isso ficam em seus frutos,
em seus feitos,
em suas atitudes e realizações.

Dona Zilda ensinou
que não há limites para o amor,
não há fronteiras para servir,
não há barreiras instransponíveis
para quem sabe que nada é impossível
para Deus.

A terra tremeu,
estremecida, quem sabe?
com tantos estragos e guerras,
com a falta de cuidado com a Terra,
com os gritos sufocados de tantos que sofrem
com as mais diversas formas de violência.
Mulher que marcou a história de nosso tempo,
Dona Zilda merece, sim, nossa reverência
por ter sido referência de serviço e doação
até seu último movimento de respiração.

Que nos inspiremos em seu exemplo de ser presença
e fazer diferença
onde a violência se tornou tão banal.
Que, saboreando o Ideal de Cristo,
cuidemos de nossas crianças
e levemos a paz
até as últimas conseqüências.


Bem aventurada Dona Zilda
escolhida para morrer no exercício de seu trabalho,
trabalho de Deus,
cumprindo sua missão.
Missão cumprida,
Vida vivida no “sim”
Do começo ao fim.

Renata Villela

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