quarta-feira, 30 de junho de 2021

Busca

 



Vivo, hoje, um tempo de buscas,
entre as rugas que despontam em meu rosto
e o grisalho que desabrocha nos fios de meu cabelo.
Busco o brilho da juventude madura,
da maturidade que enxerga,
para além da vida dura,
a vida pura, a vida plena.

Busco, talvez, o que a humanidade chama de sabedoria?
Não sei! Acho que não...
Penso que a sabedoria vem aos nosso encontro,
sem ser buscada.

Busco a alegria que corre
no subterrâneo da vida...
Busco minha essência,
escondida por centenas de pedras e flores
lançadas sobre ela ao longo dos anos.
Busco, não como quem está perdida. 
Busco como quem já foi ferida, sim,
como quem já foi surpreendida, sim,
mas, sobretudo, como quem entende
que a vida é para ser garimpada,
com o cuidado de quem olha detalhes,
de quem vai fundo e, assim,
descobre o que há de mais precioso 
nos corações.

Busco a integração de meus medos, de meus sonhos,
de meus desejos,
na confiança de uma Luz Maior
que os envolve e me presenteia.
Busco o fio da meada
que tece minha vida feito teia
e enlaça meus amores.
Busco, acolhendo as dores,
encontrar o riso contido que brota
(e sempre brotará)
a cada descoberta:
pedra garimpada
que enriquece a alma.

Busco o que me fundamenta,
o que me sustenta,
o "para quê" que dá sentido à minha caminhada.
Busco, incessantemente,
a interligação de meu corpo, meu espírito e minha mente,
busco porque estou viva
e creio que vida é experiência de buscas constantes,
sem hora marcada.

Busco, encontrando-me dia a dia,
imperfeita, vulnerável, falível,
mas dona de uma força invisível
que marca os caminhos por onde passo
e onde escrevo, a cada traço, 
capítulos de minha história.

Garimpeira, sou.
Ser faltante, sou.
Aprendiz, eu sou...
Caminhando e buscando, eu vou,
eu vou...

Um comentário:

  1. Busca, peregrinação, anseio do Enconto, escavando pra dentro de si, na busca da Realidade maior, sentido do cosmos, do Tudo espiritual. Buscamos juntas. E isso é muito bom.

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